sexta-feira, 17 de junho de 2011

Grupo 07/Prosa Romântica Regionalista




O romance regionalista romântico

A ficção romântica brasileira: romance, conto, novela, distribui-se numa perspectiva indianista, outra urbana, outra histórica e uma outra regionalista. São características da prosa romântica brasileira:
·         O romance de folhetim: Matéria produzida com regularidade para publicação na imprensa. Contém a exploração da intriga, da complicação sentimental, a aventura, tal como hoje apresenta a novela de televisão. Antecedendo a radiodifusão, fez grande sucesso entre o público leitor que somente a abandonou quando surgiu a novela radiofônica.
·         O romance indianista: Tem como motivo o Brasil primitivo, a chegada da Metrópole colonizadora, a postura do nativo em relação à sua gente e em relação ao europeu que aqui se instala.
·         O romance urbano: Tem interesse pelo comportamento da burguesia; trata da frivolidade da vida urbana ao pintar seus hábitos, linguagens, maneira de trajar-se e de conviver nas rodas sociais ou estudantis, num momento em que a sociedade se deslumbra com o aspecto exterior.
No romance histórico, a História serve como fonte de inspiração, mas não se trata de uma análise do processo. O romancista vai buscar no passado os dados com recompõe o clima daquele momento. É desse período o romance de capa e espada: narrativas voltadas para o suspense ou para a atitude punitiva do vilão e o romance de mistérios. A oposição entre o romance histórico e o urbano está em seu aspecto cronológico.
Entre os romances regionalistas românticos estão as obras voltadas para os diversos núcleos regionais brasileiros: o Nordeste, os Pampas Gaúchos, Minas Gerais, o Pantanal de Mato Grosso. Essas obras tendem ao ufanismo regional, ao registro do nativismo. Listam-se nesse período: José de Alencar, Bernardo Guimarães, Taunay e Franklin Távora.
Alguns dos romances regionalistas de José de Alencar são:

O seminarista e o regionalismo romântico

O regionalismo substituiu, no final do Romantismo, o indianismo, dentro dos mesmos objetivos de afirmação da nacionalidade brasileira. Não obstante o idealismo, às vezes excessivo, que norteava os autores românticos, levando-os a afastar-se da realidade, de uma percepção objetiva de sua época e de seu espaço, e a darem vazão ao sentimentalismo exacerbado e à imaginação, o regionalismo consistiu, em alguns casos, no retrato de determinado lugar, na observação de sua gente com seus costumes e paisagens.
Assim é com O seminarista: apesar da linguagem colorida, rica em pormenores e exagerada — sobretudo nas descrições da natureza —, o livro consegue mostrar um quadro fiel do interior de Minas Gerais, com os costumes e hábitos das pessoas do lugar, a vila de Tamanduá.
Já se disse que Bernardo Guimarães foi criticado por Monteiro Lobato, que o acusou de falsificar nossas matas, por força de uma excessiva adjetivação pretensiosa.
Em O Seminarista, o autor consegue superar essa falha, já que enfatiza uma questão social e religiosa: os efeitos danosos do celibato clerical.



Bernardo Guimarães: um autor regionalista

Bernardo Joaquim da Silva Guimarães nasceu em Ouro Preto, no dia 15 de agosto de 1825, e lá mesmo morreu, no dia 10 de março de 1884.
Em 1829, muda-se com a família para Uberaba, onde inicia os estudos, que seriam completados em Campo Belo e Ouro Preto.
Cursa a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, entre 1847 e 1852, levando, à época, uma vida que lhe traria a fama de boêmio e satírico. Participou da “Sociedade Epicuréia” com Álvares de Azevedo e Aureliano Lessa, participando das famosas “aventuras” do grupo de poetas que buscavam reviver as emoções e loucuras do poeta ultra-romântico inglês Lord Byron. Formado em Direito, dedica-se à Magistratura e ao Ma­gistério.
Em 1852 publica seu primeiro livro, o volume de poesias Cantos da solidão e é nomeado juiz municipal em Catalão, Goiás. Em 1860 está no Rio de Janeiro, colaborando na imprensa como crítico literário. Depois de retornar a Goiás em 1861, reassumindo suas funções de juiz, passa outra temporada no Rio, onde publica, entre 1864 e 1865, outro livro, Poesias.
O ano de 1867 marca sua volta a Ouro Preto e o casamento com Dona Teresa Maria Gomes. Dois anos depois, o primeiro romance: O ermitão de Muquém.
Suas obras mais lidas, O Seminarista (1872) e A Escrava Isaura (1875), devem-lhe a popularidade me­nos por um progresso na técnica narrativa ou no traçado das personagens, do que à garra dos proble­mas de época que abordam: o celibato clerical no primeiro e a escravidão no segundo.
Valendo-se da “técnica do contador de casos”, sua narrativa apresenta-se fluente, oralizada. Sofreu forte influência de Alexandre Herculano, o romântico português, autor anticlerical e avesso ao celibato imposto aos padres, em Eurico, o presbítero.
Bernardo Guimarães traz um regionalismo que mistura elementos da narrativa oral: os “causos” e as “estórias” de Minas Gerais, com uma boa dose de idealização. Embora não seja tão forte como em José de Alencar, tal idealização é responsável por uma linguagem adjetivosa e convencional na maioria dos quadros agrestes.
O Seminarista, sua melhor obra, é um verdadeiro pro­testo contra o cerceamento do instinto pelo voto precoce de castidade, o autor critica a distorção da natureza humana. Na linha do romance passional, retoma, com menos poesia, o esquema final de Herculano, no Eurico, o Presbítero: a morte e a loucura por amor.
Além das obras referidas, Bernardo Guimarães deixou também, em prosa, Lendas e romances (1871), O Garimpeiro (1872), Histórias e Tradições da Província de Minas Gerais (1872), O Índio Afonso (1873), Maurício (1877), A Ilha Maldita (1879); em poesia, Novas Poesias (1876), Folhas de Outono (1883), e a peça de teatro A Voz do Pajé (1914).

2 comentários:

  1. Título do trabalho sem conteúdo: introdução, desenvolvimento e conclusão. Referências... E romântico(a)é uma palavra proparoxítona, ou seja, é acentuada. Aguardo Correção. Obrigada, Vera

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  2. Muito bom!! Agradeço o capricho e a bela pesquisa. Só faltou o nome e número dos componentes ao final da postagem. Obrigada, Vera

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