segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Grupo 6 Histórias de Perequê e Açu

Alunos: Ana Flávia, Beatriz, Kennya, Lucas, Maycon e Thaisa.
Nº: 02, 04, 23, 26, 30 e 39.

Teatro de Fantoches
Capítulo 1

Nos confins de um vilarejo chamado Paraty, viviam dois meninos muito curiosos e brincalhões. Isso no ano de 2011 no século 21. A vila de Paraty, nessa época, era bem movimentada.
  Perequê era um menino de oito anos, muito educado, de fino trato, mas também muito bagunceiro e curioso. Ele era filho do senhor Madruga, um próspero fazendeiro produtor de cana-de-açúcar, farinha de mandioca e café da região. A fazenda, além de café, produzia uma das melhores cachaças da região. A mãe de Perequê era dona Bárbara, uma mulher culta e que tocava piano muito bem. Perequê tinha uma irmã de dois anos que se chamava Aimara.
   Já Açu era filho de empregados da fazenda Magnífica de propriedade do pai de Perequê. Os dois meninos viviam juntos por todos os lados, fazendo o que sabiam fazer de melhor: bagunça.
- Perequê. Perequê. – Gritava Açu todo eufórico diante da sede da  fazenda.
- O que você deseja com o patrãozinho, moleque? – Falou a escrava Inácia.
- Quero contar uma história que minha mãe contou lá na casa dos fundos para todos os meninos. Agora eu quero contar para o meu grande amigo Perequê.
-Ah! Deixe de bobagem. O patrãozinho está estudando piano com a dona Bárbara. E ela não vai deixar ele interromper os estudos para vir dar ouvido a besteiras suas. Volte mais tarde.
- Vá!... Vá andando. Deixe-me terminar de varrer este terreno logo.
- Velha – Disse ele, baixando a voz para que a Inácia não escutasse.
- O que foi que disse?
- Não é nada não. Depois eu volto.
  Açu então saiu correndo pelo meio do terreno espalhando tudo o que Inácia havia acabado de varrer.
  Gritando com muita raiva Inácia disse:
- Eu ainda vou te dar uma surra, seu negrinho safado.
  Açu virou-se para trás olhando para Inácia brava e sorriu. Saiu e voltou para a casa dos fundos.  
  Chegando lá, pensando alto disse:
- Bem, se não tem outro jeito, vai ter que ser assim! Vou ter que esperar um pouco mais para poder contar a história sobre a Mãe do Ouro que ouvi da minha mãe.
Enquanto isso...
  Lá na sede da fazenda, Perequê ouve as instruções musicais dadas por sua mãe, dona Bárbara. Ele estava totalmente inquieto.
  Embora gostasse das aulas de piano, ele sabia que lá fora de casa havia muito mais diversão. Principalmente se estivesse com o seu amigo Açu.
  Sua mãe muito exigente vivia corrigindo-o a todo instante. Mas ele não parava de pensar no amigo e nas brincadeiras que poderiam fazer juntos.
  Neste instante, o seu pai, o senhor Madruga chegou em casa, depois de ter percorrido todo o cafezal da fazenda para verificar como andava a colheita do grão.
   Perequê, que ainda não havia visto o seu pai aquele dia, correu em direção e disse:
- Sua bênção, meu pai.
- Deus te abençoe, meu filho. E mexeu no cabelo do menino fazendo um carinho.
   Logo em seguida, Perequê saiu em disparada pelo terreiro.
- Bom dia, Inácia.
- Bom dia, patrãozinho. O senhor dormiu bem?
- Dormi feito um anjo.
Neste instante Inácia sorriu pensando besteira. E disse:
- Patrãozinho?
- O que foi Inácia?
- O moleque do Açu esteve aqui a sua procura.
- E por que você não me chamou?
- Ora! Você não sabe que a dona Bárbara não gosta de ser interrompida durante as suas aulas. Não sabe?
- Tudo bem.
E saiu novamente em disparada em direção a casa dos fundos.
- Açu! Açu!
- O que o patrãozinho quer aqui a esta hora da manhã? – disse o capataz Francisco.
- A Inácia falou que ele esteve lá em casa me chamando. Quero saber para que?
- Eu vou ver se ele está lá dentro. Acalme aí só um pouco.
- Joaquina. Oh! Joaquina.
- O que é que o senhor quer seu Francisco?
- O Açu está por aí? O patrãozinho está aí fora à procura dele.
- Aquele diacho em vez de buscar a lenha para eu fazer o almoço pegou foi à vara de pescar e saiu lá pras bandas do rio.
   O capataz então retornou com a resposta.
- Perequê, ele não está aqui. Sua mãe disse que ele foi para a beira do rio pescar. Mas acho bom o patrãozinho não ir lá. É muito perigoso.
- Pode deixar, Francisco. Eu não vou.
Ele pensou... Pensou...
Eu vou ou não me encontrar com Açu na beira do rio?
- Hum! Acho que vou lá rapidinho. Não vou precisar nem pedir aos meus pais.
   E saiu apressadamente  e procurando mudar a trajetória do caminho para que o Francisco não percebesse que ele estava indo na direção do rio.
   O menino foi pelo caminho cantarolando até chegar a margens do rio.
   Lá, embaixo de um enorme ingazeiro, encontrou o amigo Açu, cavando o solo em busca de minhoca para a sua pescaria.
- Oi, Açu, a Inácia disse que você esteve lá em casa me procurando.
- Estive sim. Para contar uma história que minha mãe contou, ontem, para todos os meninos, logo após o jantar.
- É mesmo. Sobre o quê? Conte-me tudo.
- Calma, amigo, primeiro ajude-me a catar umas minhocas. Quero levar uns peixinhos para o almoço.
- Sua mãe estava brava com você. Disse que tinha pedido para você pegar lenha para ela fazer o almoço. Quando ela foi procurar você tinha sumido. Rsrsrs...
- Ah! Lá tem mais gente para pegar a lenha. Estou a fim de comer um peixinho hoje. Rsrs...
- Mas me conta, Açu, sobre a história. Estou curioso.
- Acalme-se, que eu vou contar. Mas primeiro espere eu pôr a isca no anzol.
- Conte logo essa droga de história, Açu. Está me dando nos nervos com essa demora.
- Rsrs...
Então, Açu, lançando o seu anzol no rio, começou a contar.
- Minha mãe contou a história sobre a Mãe do Ouro.
- Nunca ouvi essa história.
- Ela contou que a história é sobre um encantamento.
- Como assim?
- Ela disse que a Mãe do Ouro é dona de um grande tesouro em ouro, e por causa disso ela não tem paz. Tem que ficar mudando sempre o local onde esconde essa fortuna. E que ela possui várias moradias nesta nossa região. Alguns dizem que ela esconde o ouro numa região chamada de Toca do Ouro. Outros já dizem que é em uma outra região chamada de Cairuçu.
- Cairu... O quê?
- É Cairuçu.
-Tá bom, continue contando.
- Pois é. Ela contou que a cada sete anos, por medo que alguém encontre o seu tesouro, a Mãe do Ouro muda de moradia e, portanto, o esconderijo de toda a sua fortuna. E disse ainda, quem conseguir descobrir onde ela esconde o seu tesouro passará a ser o dono de toda a sua fortuna em ouro.
- Isso só pode ser história mesmo. Rsrs. – disse Perequê.
- Minha mãe diz que essa história é verdadeira e que muitos já morreram tentando achar o tesouro. Ela disse também que a pessoa que estiver vendo a Mãe do Ouro esconder o seu tesouro, não pode deixar ela lhe ver. Caso contrário ela deixará a pessoa cega para morrer perdido no meio da mata.
   Neste momento Açu começa a gritar:
- Peguei! Peguei!
- Pegou o quê, Açu?
- Não tá vendo que o meu anzol está puxando, Perequê? Acabei de fisgar um peixe. Veja só que belo peixão.
- Bonito mesmo. Vai dar um almoço e tanto, Açu.
   Perequê muito do inquieto e querendo saber mais sobre a tal Mãe do Ouro, continuou instigando o Açu.
- Fale mais sobre essa história. Será que isso é verdade mesmo ou só uma lenda.
- Se é só uma lenda eu não posso afirmar, mas minha mãe disse que é verdade.
- Açu, nós bem que poderíamos investigar e saber mais sobre essa tal de Mãe do Ouro. O que você acha?
- Hum! Acho legal. Sou filho da empregada mesmo. Já pensou se nós acharmos e eu ficar rico como você? Rs... Rs...
- Assim que você terminar de pescar vamos voltar para casa. Lá eu quero perguntar para a sua mãe mais sobre essa história de tesouro.
   E continuaram batendo papo e pescando.
   E voltaram para a casa dos fundos.
   Na cozinha da casa dos fundos, Perequê não se conteve em perguntar para a empregada Joaquina, mãe do Açu, sobre a história que tinha contado para os meninos na senzala na noite anterior.
- É verdade a história que o Açu me contou, Joaquina?
  Joaquina, na beira do fogão a lenha, começava a consertar i viscerar os peixes que o negrinho Açu havia pescado e começou a falar.
- É verdade, Perequê, eu contei essa história para os meninos ontem à noite, logo após o jantar. Essa história eu ouvi da minha velha mãe, que foi contada a ela por sua avó materna. Um dos meus tios havia fugido da prisão para tentar encontrar esse tesouro, que só tinha uma chance de ser revelado a cada sete anos.
- E como ele ficou sabendo o dia certo para ir procurar?
- Ai é que está o verdadeiro segredo. Você tem que desejar muito encontrar. E a partir da noite que você sonhar que encontrou o tesouro, no outro dia, terá que sair para procurar bem cedo. Caso perca esta oportunidade, só terá outra de novo daqui a sete anos.
   Perequê sorriu!
- Ninguém será capaz de achar esse tesouro, Joaquina.
  Açu, sentado à beira do fogão, ficou olhando para Perequê sorrindo, sem ao menos saber o que dizer.
  Foi quando o Perequê falou:
- Joaquina, amanhã você pode contar outra história para nós?
- Claro que sim, patrãozinho.
E ficaram pensando na busca ao tesouro o dia inteiro. 

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