sábado, 29 de outubro de 2011

Grupo 4 - Simbolismo no Brasil

                                                      Simbolismo

    O simbolismo foi um movimento que se desenvolveu nas artes plásticas, teatro e literatura. Surgiu na França, no final do século XIX, em oposição ao Naturalismo e ao Realismo.

                                        O Simbolismo no Brasil
     Iniciado oficialmente em 1893, com a publicação de Missal (prosa poética) e Broquéis, de Cruz e Souza, considerado o maior representante do movimento no país, ao lado de Alphonsus de Guimarães, o Simbolismo brasileiro, segundo alguns autores, não foi tão relevante quanto o europeu. Em outras palavras, não conseguiu substituir os cânones da literatura oficial, predominantemente realista e parnasiana. Esse fenômeno não é difícil de entender: a ênfase no primitivo e no inconsciente desta poesia, seu caráter universalizante e ao mesmo tempo intimista, não respondiam às questões nacionais. Por outro lado, entretanto, pelas mesmas características mencionadas, as manifestações simbolistas no Brasil, especialmente no Sul, terra de Cruz e Souza, possuem uma aura de "seita", com verdadeiras sociedades secretas cujos ritos, jargões e nomes sugerem os traços essenciais do movimento (por exemplo: "Romeiros da Estrada de São Tiago", "Magnificentes da palavra de escrita", etc.). Movimento de cunho idealista, o Simbolismo teve que enfrentar no Brasil a atmosfera de oposição e hostilidade criada pelo Zeitgeist realista e positivista dominante desde 1870. O prestígio do parnasianismo não deixou margem para que se reconhecesse o movimento simbolista e avaliasse o seu valor e alcance, tão importantes que a sua repercussão e influência remotas são notórias em relação à literatura modernista. O Simbolismo foi abafado pela ideologia dominante e os adeptos do simbolismo sofreram sob forte oposição. O movimento simbolista na literatura brasileira teve força até o movimento modernista do começo da década de 1920.

                                    Características do Simbolismo


- Ênfase em temas místicos, imaginários e subjetivos;
- Caráter individualista
- Desconsideração das questões sociais abordadas pelo Realismo e Naturalismo;
- Estética marcada pela musicalidade (a poesia aproxima-se da música);
- Produção de obras de arte baseadas na intuição, descartando a lógica e a razão
- Utilização de recursos literários como, por exemplo, a aliteração (repetição de um fonema consonantal) e a assonância (repetição de fonemas vocálicos).

                                Principais artistas simbolistas


- Cruz e Souza
- Alphonsus de Guimaraens

                                                  Missal
      Os poemas de Missal são escritos em prosa. O Simbolismo ainda é algo latente nessas realizações, não atingindo o grau de musicalidade, plasticidade e sugestão desejadas. Por ser ainda a primeira obra de Cruz e Sousa na linha simbolista, não consegue atingir a sublimidade e a alquimia verbal de suas realizações posteriores. Vale mais como registro do que realmente como referência do Simbolismo no Brasil. Mesmo que saibamos da influência da poesia em prosa de Charles Baudelaire sobre Cruz e Sousa, são raros os momentos de genialidade dessa obra, se compararmos com os textos do grande mestre francês. Essas influências são ainda tênues, mais frutos da paixão do que da inspiração irmanada. Falta, sem dúvida, o brilho e os rasgos da impetuosidade baudelairiana a Cruz e Sousa nesses poemas. Essa força só poderá ser melhor admirada, indiscutivelmente, nos versos de Broquéis.
    Ainda que não nos caiba julgar os motivos que levaram à adoção de Missal, não nos parece coerente essa decisão dos examinadores que, ao contrário de atrair os jovens leitores. Tende a afastá-los ainda mais desse grande poeta que é Cruz e Sousa.

                                     Texto 1 - Oração ao Sol

    Sol, rei astral, deus dos sidéreos Azuis, que fazes cantar de luz os prados verdes, cantar as águas! Sol imortal, pagão, que simbolizas a Vida, a Fecundidade! Luminoso sangue original que alimentas o pulmão da Terra, o Seio virgem da Natureza! Lá do alto zimbório catedralesco de onde refulges e triunfas, ouve esta Oração que te consagro neste branco Missal da excelsa Religião da Arte, esmaltado no marfim ebúrneo das iluminuras do Pensamento.
Permite que um instante repouse na calma das Idéias, concentre cultualmente o Espírito, como no recolhido silêncio de igrejas góticas, e deixe lá fora, no rumor do mundo, o tropel infernal dos homens ferozmente rugindo e bramando sob a cerrada metralha acesa das formidandas paixões sangrentas.
                                                                        ...
    Ó radiante orientalista do firmamento! Supremo artista grego das formas indeléveis e prefulgentes da Luz! Pelo exotismo asiático desses deslumbramentos, pelos majestosos cerimoniais da basílica celeste a que tu presides, que esta Oração vá, suba e penetre os etéreos paços esplendorosos e lá para sempre vibre, se eternize através das forças firmes, num som álacre, cantante, de clarim proclamador e guerreiro.

     Esse longo poema em prosa representa uma espécie de ‘profissão de fé’ dentro da obra de Cruz e Sousa, já que estabelece muitíssimo bem sua intenção simbolista. O mesmo ocorre no “poema de abertura de Broquéis, Antífona”. E interessante destacar que essa invocação do sol tem a força de uma oração ou pedido para realizar seus poemas sem a interferência daqueles que detêm o poder sobre o mundo dos homens e das artes. O mesmo ocorre na epígrafe de Baudelaire utilizada em Broquéis.
     Com a influência da prosa e poesia do mestre francês do Simbolismo, Charles Baudelaire, latente em seus versos, a obra "Missal" do poeta Cruz e Sousa traz pela primeira vez o gênero para o Brasil.
     Apesar de pouco reconhecido pela crítica de sua época, o poema deixa de lado os significados lógicos e explícitos, para trilhar por caminhos mais sutis e de sugestões vagas, marca característica dos Simbolistas, assim como a musicalidade empregada na estética de seus textos.

 Integrantes:

Andreza - 03
Caroline de Souza - 07
Felipe - 09
Giseli  de Souza - 12
Hugo - 14
Ingrid - 15
Isabely  Barbosa- 17
Maicom Raoni - 28
Raphael Vilarinho - 32
Ramon - 33
Veronica - 40

2 comentários:

  1. o Ramon e o Felipe tá no meu grupo porque na outra postagem vocês não tinham colocado o nome deles aê eu já ate coloquei o nome deles no meu e já feito .
    Verônica .

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  2. Ok, Muito Bom!!! A apresentação foi ótima! Um abraço, Vera

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